A costa brasileira tem 7.408 Km de extensão. À distância de até 500 km do litoral, temos: - todas as cidades com mais de 1.000.000 de habitantes, exceto Brasília e Manaus; todas as refinarias de petróleo, exceto a de Manaus; 97% de toda a produção industrial brasileira; 90% do consumo de energia elétrica, 83% de todas as receitas arrecadadas pela União; 75% das rodovias pavimentadas.

Não é difícil concluir que o valor agregado pelo transporte aos produtos produzidos e distribuídos no mercado interno pode ser barateado, contribuindo para a redução do chamado "custo Brasil". Para isto, a matriz de transportes brasileira necessita urgentemente ser reorientada para soluções multimodais, dentre as quais deve ter destaque a navegação de cabotagem.

Os postulados clássicos do transporte de cargas sinalizam que o transporte rodoviário é indicado para a distribuição urbana de pequenas distâncias, além de atender às conexões com os demais modais. Infelizmente, em detrimento de uma matriz de transportes mais racional, o modelo brasileiro optou pelo maior custo operacional, menor capacidade de carga, congestionamento das estradas e enorme desgaste da infraestrutura rodoviária.

Pesquisa desenvolvida pela Confederação Nacional de Transportes em 2018 (http://pesquisarodovias.cnt.org.br/) registra que, do total de 1.720.701 km rodovias existentes no país, apenas 213.453 km eram pavimentadas. A pesquisa avaliou 107.161 quilômetros de rodovias, constatando que 57,0% apresentaram algum tipo de deficiência, 35,2,6% encontram-se em estado regular, 15,3% ruim e 6,5% péssimo.

Com base nesses dados, a CNT concluiu sobre a urgente necessidade de investimentos em 981 projetos rodoviários no país, alcançando cerca de R$ 496,1 bilhões.

Uma vez que as rodovias encontram-se em condições lastimáveis, as ferrovias não interligam o território nacional e as hidrovias carecem dos recursos para as obras necessárias, o que está faltando para o Brasil entender que, em curto prazo, a navegação